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Qual o impacto da Internet no ambiente?

Sustentabilidade
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Tudo o que não vemos é como se não existisse, e por isso, olhamos para a internet como algo que não tem impacto ambiental, mas será que é verdade? 

Todos os dias utilizamos a internet para fazer alguma coisa. A verdade é que passamos grande parte do nosso tempo ligados aos aparelhos eletrónicos e nem nos damos conta do impacto que estamos a ter no nosso planeta. Os emails que se enviam, as imagens que se descarregam, os sites, os vídeos que vemos, tudo isso contribui de certa forma para aumentarmos a nossa pegada ecológica. 

Infelizmente, este não é um assunto que seja ainda muito falado embora seja uma grande realidade do nosso dia. E por essa razão, o artigo de hoje, vem informar e consciencializar para esta situação e dar algumas dicas de como podem diminuir a vossa pegada no mundo digital. 

Pegada de Carbono Digital

Segundo o investigador Mike Hazas de Universidade de Lancaster, a pegada de carbono dos nossos aparelhos eletrónicos (computadores, telemóveis, tablets), da internet e dos sistemas que os suportam (servidores), são os responsáveis por quase 3,7% das emissões globais de gases de efeito de estufa, e infelizmente a tendência é que aumentem até 2025. 

Infelizmente ainda é difícil de perceber a pegada de carbono dos nossos hábitos na internet, uma vez que esse valor muda consoante a zona onde vivemos. Em algumas zonas do mundo, os usuários possuem pegadas de carbono digitais enormes, enquanto que em outras a mesma é muito inferior. Há 10 anos uma pessoa que utilizasse a internet frequentemente na Austrália, era responsável por aproximadamente 81kg de dióxido de carbono por mês.  Depois com o desenvolvimento das novas tecnologias, as melhorias na eficiência energética e o uso de energia renovável em grande escala, a pegada digital começou a decrescer substancialmente, mas ainda não é o suficiente. Um dos problemas é que em muitas zonas do mundo, principalmente em países em desenvolvimento, a pouca tecnologia que existe ainda não é tão avançada como em países desenvolvidos e isso também aumenta situação de incerteza, de como será a nossa pegada digital a nível global. 

Mas, como é que gastamos tanta energia ou emitimos tanto CO2, apenas por utilizarmos um aparelho digital? 

Para além de todo o processo de fabrico de um computador, telemóvel ou tablet e o seu transporte, para que consigamos navegar e fazer todas as coisas que gostamos na internet, é necessário que haja servidores que nos façam chegar esses dados. Um dos grandes problemas é que os mesmos necessitam de imensa energia e são necessários cada vez mais, para que o mundo inteiro possa aceder a informação, quando quer e com rapidez. 

Segundo a GreenPeace, os servidores são uma espécie de fábrica que funcionam 24h por dia, todos os dias da semana. E sabem quantos existem no mundo inteiro? De acordo com a Statista, existem cerca 8,4 milhões deste tipo de fábricas espalhados pelo mundo. Alguns deles pertencem a grandes empresas como a Google, Facebook, Microsoft e Apple.

“O problema é que muitos desses servidores obtêm eletricidade de combustíveis fósseis sujos, em vez de fontes renováveis, e o consumo de energia da tecnologia digital está a aumentar 9% a cada ano. Nos últimos anos, vários gigantes como Google, Facebook e Apple comprometeram-se a alimentar os seus servidores com energia 100% renovável, o que é um bom começo. Infelizmente, Amazon Web Services (AWS), o maior fornecedor de serviços de Cloud do mundo, ainda não assumiu o mesmo compromisso – e o mesmo vale para muitos outros provedores de hospedagem na web. A maioria das pessoas escolhe a sua empresa de hospedagem de sites sem perceber que usa energia suja de combustível fóssil.”

– GreenPeace  

internet deve ser uma das coisas que mais utilizamos no nosso dia a dia e que ao mesmo tempo não conhecemos nada sobre ela. Como não temos a noção do que é preciso para conseguir aceder à mesma, nem nos questionamos se estamos a afetar o ambiente e/ou a promover inconscientemente para o trabalho precário. Desde o envio de emails, os vídeos que vemos e os sites que visitamos, tudo isso contribui para que a nossa pegada de carbono digital aumente. 

Pegada de Carbono de um site

Quando falamos de pegada de carbono digital, não podíamos deixar de falar dos sites! Segundo o Erjjio um projeto que ajuda as marcas a tornar o seu site mais amigo do ambiente, por cada página carregada são emitidas aproximadamente 6,8g de dióxido de carbono! Por isso, quanto mais tempo demorar uma página de um site a carregar, mais CO2 emite.  

Como é que se pode ter um site mais sustentável e que não tenha um impacto tão grande no ambiente? 

  1. Escolher um Servidor ecológico 

Logo na primeira parte deste artigo, falámos sobre os servidores e a importância de serem movidos a energia renovável. Grande parte deles ainda possuem energia proveniente de combustíveis fósseis, o que é extremamente poluente. Por isso, é muito importante que as marcas ou até mesmo pessoas que queiram ter o seu próprio site escolham servidores ambientalmente correctos. 

Requer alguma pesquisa, mas é um dos passos mais importantes para que um site seja verdadeiramente mais ecológico, isto porque, os servidores são movidos a energia e essa energia não é produzida sem haver algum impacto ambiental. 

Na Mind The Trash o nosso servidor é o Google, o que o torna amigo do ambiente a este nível. E como é que se pode saber que isso é realmente verdade? Já existem imensos sites onde se pode ver se o site de uma marca está hospedado num servidor que é responsável a nível da energia que gasta. 

Nós fizemos o teste na The Green Weeb Foudation e o resultado foi este!

Se quiserem testar os sites das vossas marcas preferidas, podem clicar aqui! 

  1. Simplificar o Site

Existe muito a tendência de se encher os sites com imensas imagens, vídeos, muita cor, mas a verdade é que isso só torna o site mais pesado e difícil de carregar. E o resultado? Mais energia gasta, mais impacto para o ambiente. 

Por essa razão é muito importante ter atenção ao design e ao peso e resolução das imagens. Quanto mais simples for, menos energia o servidor precisa para mostrar o vosso site às pessoas. 

Podemos dar como exemplo o nosso site Mindthetrash.pt. Claro que ainda podemos melhorar imenso, existe sempre forma de melhorar, mas um dos aspetos que temos em atenção são as imagens que colocamos e a quantidade de cor que temos no nosso site. Tentamos sempre que haja um equilíbrio entre o peso da imagem e a sua qualidade, isto também para que o site não se torne tão pesado e demore imenso tempo a carregar. 

Enviar Emails

Cada email que enviamos tem impacto no ambiente, por exemplo um email que vá parar ao spam pode emitir 0.3g de CO2, enquanto que um email normal pode chegar às 4g de CO2 e um email com fotografia até 50gr de CO2, segundo um estudo feito por Mike Berners-Lee da Universidade de Lancaster feito há 10 anos. No entanto, Charlotte Freitag, uma especialista em pegada de Carbono da Small World Consulting, afirma que estes valores podem ter aumentado, uma vez que cada vez mais as pessoas utilizam o telemóvel e o email é um requisito para que se possa utilizá-lo. 

Para terem uma noção foi estimado que algumas pessoas geram cerca 1,6kg de CO2 num único dia, enquanto que uma pessoa num ambiente empresarial pode chegar aos 135kg de CO2 por ano, o que que corresponde à condução de 321km num carro familiar!

O que pode fazer para que isto não aconteça?

1.Evitar enviar emails desnecessários. 

Foi feita uma pesquisa e se cada adulto no Reino Unido enviasse menos um email de agradecimento, iria ser possível diminuir quase 16,433 toneladas de carbono por ano! É como se fossem retirados cerca 3 334 carros a diesel das ruas. 

2. Trocar os anexos de email por links para documentos 

Caso tenham de enviar muitos documentos ou imagens num só email, é preferível que seja através de um link. Podem por exemplo, usar o Wetransfer e depois colocam o link no corpo do email. Desta forma, o mesmo estará muito mais leve e consequentemente tem um impacto menor para o ambiente. 

3.Subscrever apenas às newsletters que nos interessam realmente e cancelar as que não nos fazem falta.  

Segundo o Ovo Energy, uma pessoa recebe em média por ano cerca de 2 850 emails indesejados, que são responsáveis por quase 28,5kg de Co2! 

Segundo o livro, How Bad are Bananas? The carbon footprint of everything de Mike Berners-Lee, uma boa alternativa aos emails são as SMS, uma vez que estas geram apenas aproximadamente 0,014gr de dióxido de carbono (colocar ao invés de….. gerados por email). E porquê? Porque grande parte da energia gasta para enviar uma mensagem é apenas a que se usa para carregar o telemóvel. 

Navegar na Internet

Perceber o impacto das nossas pesquisas na internet, ainda é algo confuso porque tem vindo a haver muitas mudanças por parte das empresas, para que esta se torne cada vez mais ambientalmente correta. 

 De acordo com alguns números divulgados pelo Google, cada pesquisa feita neste motor de busca tinha uma pegada de 0,2g de CO2. Atualmente, é difícil saber em concreto esta pegada, uma vez que a Google utiliza uma mistura de diversas energias renováveis e compensa a sua pegada de carbono através de projetos de energia sustentável. De acordo com um dos motores de busca mais utilizados um usuário médio que realize em média 25 pesquisas por dia, assiste a pelo menos 60 minutos de Youtube, tem conta de email e tenha acesso a outros serviços, produz menos de 8g de CO2 num único dia. Mas a Google não é a única a reduzir a sua pegada de carbono, a Microsoft está a fazer o mesmo e prevê ter uma pegada neutra até 2030. 

No entanto já existem motoros de buscar, que estão a par deste impacto e que se destacam com opções mais sustentáveis. Por exemplo, a Ecosia afirma os seus servidores funcionam a energia renovável e que planta 1 árvore por cada 45 pesquisas que uma pessoa faz, o que compensa a nível de emissões de carbono. Contudo estes tipos de iniciativas dependem do tempo que as árvores demoram a crescer e o que acontece com elas quando são cortadas.  

Se quiserem saber mais sobre o motor de busca Ecosia, cliquem aqui! 

Ver Vídeos Online

Sabiam que a visualização de vídeos online é responsável por 60% do tráfego mundial da Internet e que consequentemente produz aproximadamente 300 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano? De acordo, com o The Shift Project, um projeto francês, isso corresponde a 1% das emissões globais de dióxido de carbono.  

Mas porque é que isto acontece? Devido a toda a energia utilizada para os aparelhos (televisão, computador, tablet, telemóvel), a energia consumida pelos servidores e as redes que distribuem os próprios vídeos. 

“Se ligar a sua televisão para assistir Netflix, cerca de metade da energia é usada para alimentar a TV enquanto que a outra metade é utilizada para alimentar a Netflix”

 – Mike Hazas na BBC News 

Segundo um relatório da Netflix, o seu consumo total de energia global atingiu 451.000 megawatts-hora por ano, o suficiente para abastecer 37.000 residências. No entanto a mesma afirma que possui certificados de energia renovável e compensações de carbono. A Netflix é uma das empresas que mais tem crescido ao longo dos anos e agora durante o confinamento é uma das plataformas mais usadas, é mesmo muito importante que estes tipos de empresas também se tornem mais sustentáveis. 

Mas não é só a Netflix que é utilizada para ver conteúdo em formato de vídeo! O Youtube é um dos sites mais assistidos contando com mais de mil milhões de horas. Em 2016 a Universidade de Bristol fez um estudo onde se estima que as visualizações no Youtube, produziram cerca 11,13 milhões de toneladas de dióxido de carbono, que equivale à quantidade de gases de efeito de estufa emitidos por uma cidade do tamanho de Frankfurt ou Glasgow ao longo de um ano!  

Uma maneira que vos pode ajudar a diminuir a vossa pegada de carbono quando estão apenas a ouvir alguma coisa no Youtube, é colocar o vídeo em segundo plano. Segundo a Fast Company, numa conferência anual ACM Computer– Human Interaction, alguns investigadores afirmaram que a pegada de carbono deste site pode diminuir caso o usuário o possua apenas como som de fundo e não esteja a visualizar. Por exemplo, se 25% dos vídeos musicais forem reproduzidos desta maneira, o youtube consegue economizar quase 323 000 toneladas de dióxido de carbono, ou seja, menos 3% do total das emissões anuais de gases de feitos de estufa.

Para Refletir!

Por isso é muito importante, as empresas terem a noção das suas emissões de dióxido de carbono e conseguirem compensar de alguma maneira. Infelizmente, existe muita coisa que deve ser mudada, mas que ainda não tem solução ou que ainda estão a ser estudadas formas para que se possa melhorar, e por isso, é crucial que cada um de nós, empresas e pessoas, façamos o que já é possível. Não conseguem diminuir ainda mais a vossa pegada no digital? Compensem de outra maneira, mudem outros hábitos, façam o que está ao vosso alcance e que seja confortável para vocês fazerem. O importante é agir e ter consciência que na sustentabilidade não existe perfeição!