A sustentabilidade é muito mais do que parece ser, é um mundo! Sempre que falamos neste conceito temos a tendência a pensar logo em ambiente, mas temos que ter em consideração o verdadeiro significado desta palavra, que tem vindo cada vez mais a ser utilizada, mas que nem sempre é bem empregue. 

Para algo ser verdadeiramente sustentável, tem que se considerar três pilares que são fundamentais: o social, o ambiental e o económico. 

Por trás de cada empresa, estão pessoas e nunca nos podemos esquecer disso. No mundo, muita gente sofre por discriminação seja na sua vida pessoal, seja na sua vida profissional e, como nós não compactuamos com isso, achamos crucial sensibilizarmos para este tema. 

Neste artigo, vamos desmistificar o que é a sustentabilidade social e a importância que tem na hora de fazermos as nossas escolhas e compras. Sim, porque ao comprar de forma consciente, também temos de pensar nas pessoas que estão a produzir os nossos produtos. 

Afinal o que é sustentabilidade social? 

É a identificação e gestão de impactos, positivos ou negativos, que uma empresa pode ter na vida das pessoas. A sustentabilidade social não afeta apenas os colaboradores, mas também todas as pessoas envolvidas na empresa, direta ou indiretamente, tais como: clientes e comunidades locais, fornecedores, produtores das matérias-primas, entre outros. 

Esta identificação é muito importante a nível humanitário, mas também a nível económico. A falta de desenvolvimento social, aumenta a pobreza, desigualdade e o desrespeito para com os direitos humanos. Desta forma, existe um desequilíbrio da distribuição da riqueza: os ricos enriquecem e os pobres ficam mais pobres e sem qualidade de vida. 

“A sustentabilidade social é um processo de criação de locais sustentáveis de sucesso que promovem o bem-estar, por meio da compreensão do que as pessoas precisam dos lugares em que vivem e trabalham. A sustentabilidade social combina o design do reino físico com o design do mundo social – infraestrutura para apoiar a vida social e cultural, amenidades sociais, sistemas para o envolvimento do cidadão e espaço para pessoas e lugares evoluírem.” – Social Life, uma empresa social com sede no Reino Unido especializada em inovação baseada no local

Quando é que se começou a falar mais sobre este assunto?

Segundo a Europarl, a sustentabilidade social tem vindo a ganhar mais importância nas últimas décadas devido ao crescimento populacional e às mudanças que foram acontecendo na nossa sociedade.  Antes disso, o desenvolvimento sustentável estava apenas focado no ambiente, e por isso, com o passar dos anos, percebeu-se que se teria de expandir este conceito também à parte social do ser humano.  Como já referido, o número de habitantes começou a aumentar assim como o seu consumo e, por isso, é crucial que se tenha em conta o equilíbrio ente estas duas partes (social e ambiental.)   

É urgente que mais gente seja instruída para o que se está a acontecer no planeta. Por vezes, muita gente não muda os seus hábitos ou não tem tanto interesse em questões de sustentabilidade porque é um assunto do qual está afastada. Para além disso, se muita gente tiver melhores condições de vida e possibilidades financeiras, é mais fácil ajudar a mudar certos hábitos que irão também contribuir para um planeta mais saudável. A sustentabilidade não tem de ser cara e existem muitas formas de o sermos sem gastar dinheiro, utilizando apenas o que temos em casa, contudo, existem muitos produtos, por exemplo, que não estão ao alcance de todas as classes sociais. 

Porque é fundamental as empresas serem socialmente sustentáveis? 

Segundo, Adrian Henriques, Professor de Responsabilidade e CSR na Universidade Middlesex, o impacto social inclui tudo o que afeta as relações entre empresa e as partes interessadas e, por isso, tudo deve ser tido em consideração. 

A sustentabilidade social afeta todos os direitos que um ser humano possui fora da empresa: 

• Direitos humanos; 
• Condições justas de trabalho; 
• Saúde e segurança; 
• Diversidade; 
• Igualdade;  
• Equilíbrio entre vida pessoa e pessoal; 
• Envolvimento na comunidade; 
• Filantropia; 
• Voluntariado. 
• Entre outros. 

Infelizmente, muitas empresas ainda não são transparentes em relação a este assunto, o que torna difícil, a nós consumidores, termos a clara consciência do que estamos a comprar. Por essa razão, devemos perceber e pesquisar mais sobre as marcas às quais compramos os produtos. 

Como empresa, também sentimos essa dificuldade quando uma marca nos contacta, e vice-versa, para adicionarmos um novo produto à nossa loja online. Muitas das vezes, eles não têm a informação explícita no site e quando têm é muito vago. Os seus produtos podem ser feitos de materiais sustentáveis, mas será que as pessoas que os fizeram têm boas condições de trabalho? São pagas justamente? Por vezes, é muito difícil confirmar alguma da informação partilhada. 

Felizmente, temos vindo a notar que o número de consumidores conscientes tem vindo a aumentar e existe assim, uma maior preocupação com este tema. Esperamos que, cada vez mais, as pessoas venham a optar pela qualidade e não pela quantidade.  

Apesar de não ser apenas um dever das empresas, é crucial que estas façam também a sua parte e que ajudem a implementar um desenvolvimento sustentável saudável, onde os direitos humanos não são postos em causa. 

Mas o que é que as empresas podem fazer?

De acordo com a Unglobal, existem muitas formas de as empresas poderem contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que afetam, como por exemplo: 

• Condições de trabalho justas; 
• Criar produtos e/ou serviços que ajudem a sociedade; 
• Fazer parcerias com outras empresas, mais pequenas ou maiores, de forma a fazerem parcerias que beneficiem as pessoas; 
• Apoiar organizações sem fins lucrativos