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Conceitos importantes
Vamos falar sem filtros sobre proteção solar? A solução ideal ainda não existe
Tempo de Leitura: 3 minutos
A proteção solar é essencial para manter a nossa pele saudável e prevenir danos causados pelos raios solares. No entanto, muitos produtos convencionais contêm ingredientes químicos que podem ser prejudiciais para o meio ambiente, sobretudo em grandes quantidades. Neste artigo, vamos explorar alternativas tendo como base relatórios científicos. Descubra como cuidar da sua pele de maneira segura, enquanto contribui para a preservação do planeta.
A Importância da Proteção Solar
Antes de explorar as opções naturais, vamos relembrar a importância da proteção solar. E, num país como Portugal com uma média de 300 dias de sol por ano este tema é ainda mais relevante!
A pele é o nosso maior órgão, ajuda a regular a temperatura do nosso corpo e tem uma função muito importante também na eliminação de toxinas. Cuidar da nossa pele é fundamental e passa muito por tentarmos reduzir os riscos associados à sua exposição excessiva ao sol, evitando assim queimaduras, envelhecimento precoce e até mesmo cancro de pele. Por isso, recomendamos a adoção de medidas de proteção adequadas, independentemente do tipo de pele ou da estação do ano.
Ingredientes Tóxicos nos Protetores Solares
Os protetores solares químicos são os protetores solares mais comuns no mercado e protegem a pele absorvendo a luz UV que é libertada sob a forma de calor. Muitos destes protetores solares comerciais contêm ingredientes químicos como oxibenzona, octinoxato e avobenzona, que podem ser considerados prejudiciais para a saúde humana e para os ecossistemas marinhos. Segundo o estudo Beyond sun protection factor: An approach to environmental protection with novel mineral coatings in a vehicle containing a blend of skincare ingredients, indica mesmo que “Infelizmente, há cada vez mais provas que sugerem a existência de numerosos efeitos negativos associados à utilização de protetores solares químicos, incluindo reações alérgicas, neurotoxicidade e efeitos hormonais prejudiciais” (1).
Os impactos negativos desses ingredientes no meio ambiente são também já conhecidos e passam, por exemplo, pela contaminação das águas, pela degradação dos corais (oxibenzona e o octinoxato contribuem para o branqueamento dos corais podendo levá-los à morte) e ao declínio dos ecossistemas marinhos. Já há estudos que mostram a capacidade destas substâncias químicas se bioacumularem nos tecidos dos animais marinhos que acabam no nosso prato. No estudo Organic UV filter concentrations in marine mussels from French coastal regions, vemos que os resultados mostram a presença de 1 dos 3 tipo de filtros UV mais utilizados, em 100% das amostras de mexilhões recolhidos na zona costeira de França. (2).
Felizmente, existem outros ingredientes que também permitem proteção aos raios UVA e UVB e que não são tão prejudiciais como a oxibenzona, o octinoxato ou a avobenzona, contudo, aquela opção ideal que não prejudica de todo o ambiente, parece ainda não existir.
Ingredientes como óxido de zinco e dióxido de titânio, que são eficazes na criação de uma barreira física contra os raios solares, parecem ser uma alternativa. Estes dois ingredientes são muito usados na proteção mineral (atuam como um espelho, refletindo os raios solares e criam uma película física de proteção). Apesar de o óxido de zinco ser uma alternativa, temos de ter em atenção se é nano ou não nano. Segundo investigações recentes, o óxido de zinco nano pode ser tão prejudicial para os recifes de coral como os filtros UV químicos, especialmente quando utilizados em combinação com outros filtros UV. Outro estudo de 2018, Impact of inorganic UV filters contained in sunscreen products on tropical stony corals, refere que também “óxido de zinco não revestido induz a um branqueamento grave e rápido dos corais devido à alteração da simbiose entre os corais e as zooxantelas”.
Pelos estudos que temos lido, parece que nenhum ingrediente é o ideal para a vida marinha ou corais. Em alguns estudos, referem claramente que este é feito considerando o óxido de zinco nano, mas outras vezes, apenas aparece “óxido de zinco” sem referência a nano ou não nano. Muitas marcas referem que devemos optar por óxido de zinco não nano pois existe a possibilidade do óxido de zinco nano penetrar na pele e acabar na nossa rede sanguínea. Contudo, alguns estudos dizem que não é conclusivo. Ou seja, pelo sim, pelo não, diríamos que mais vale optar pelo não nano. E segundo outro estudo, até à data, o óxido de zinco não nano continua a ser o filtro solar mais seguro para a sua saúde e para o nosso oceano (3). A opção ideal parece assim, ainda não existir.
Ao comprar um protetor solar, além da preocupação com os ingredientes (e embalagem também, claro), deve ter em atenção para que tipo de raio(s) o produto está a proteger. Para uma maior proteção da sua pele, deverá indicar que protege tanto para raios UVA como para raios UVB.

Os raios UVA e UVB são dois tipos de radiação ultravioleta emitida pelo sol. São invisíveis aos olhos humanos e têm diferentes comprimentos de onda e efeitos na pele.
Raios UVA:
-
- Possuem comprimentos de onda mais longos e são capazes de penetrar mais profundamente na pele;
- São menos intensos do que os raios UVB, contudo são responsáveis pela maior parte dos danos causados pelo sol;
- Constantes ao longo do dia e têm uma intensidade relativamente constante durante todo o ano, mesmo em dias nublados;
- Têm capacidade de atravessar os vidros e as nuvens, podem assim atingir a pele mesmo em ambientes internos;
- Estão associados ao envelhecimento da pele, como rugas, flacidez e manchas, além de serem um fator de risco para o desenvolvimento de cancro de pele.
Raios UVB:
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- Têm comprimentos de onda mais curtos e são mais intensos do que os raios UVA e afetam principalmente as camadas mais superficiais da pele;
- São mais intensos durante os horários de pico do sol, geralmente entre as 10h e as 16h, e são mais fortes no verão e em altitudes elevadas;
- Ao contrário dos raios UVA, são parcialmente filtrados pela atmosfera terrestre, o que significa que sua intensidade varia de acordo com a localização geográfica e a época do ano;
- São os principais responsáveis pelas queimaduras solares, vermelhidão, bronzeamento e desencadeiam a produção de vitamina D na pele.
Como saber se uma marca utiliza óxido de zinco nano ou não nano?
O óxido de zinco não nano permite uma maior cobertura contra os raios UVA, UVB e luz azul, contudo, deixa a pele mais branca, ou seja, é mais visível.
O óxido de zinco nano, tem uma cobertura inferior e é menos visível na pele. A cobertura não é tão ampla, quando comparado com o óxido de zinco não nano, e pode não abranger os raios UVA de comprimento de onda muito longo e a luz azul.
Quando um protetor contém óxido de zinco nano, por norma costuma publicitar os produtos como “invisible zinc“, “clear zinc” ou “Sheer Zinc“, por exemplo. Quando um protetor solar utiliza óxido de zinco não nano, costuma referi-lo na embalagem.
Outras Medidas de Proteção Solar
Além do uso de protetor solar de amplo espectro (que oferece proteção contra os raios UVA e UVB), há outras medidas que podemos adotar para proteger a nossa pele dos danos solares.
Evitar a exposição direta ao sol durante os horários de maior pico, usar roupas de proteção, chapéus e óculos de sol, fazer uma boa hidratação, bem como procurar sombra nos horários de maior intensidade solar, são medidas recomendadas para proteger a pele dos efeitos nocivos da radiação ultravioleta.
Responsabilidade Ambiental
A proteção solar ideal, sem qualquer dano ambiental, parece ainda não existir. Parecem existir opções melhores que outras contudo, devemos ter em atenção para não aplicar produto em demasia (seja protetor solar químico ou não).
O ideal, é reforçar a proteção solar sempre com outras medidas de proteção e desta forma, garantimos que não estamos a prejudicar o oceano e os corais.