Segundo o The World Bank, a população mundial deverá chegar aos 9,6 mil milhões de habitantes em 2050. Se continuarmos a consumir desenfreadamente, serão necessários 3 Planetas Terra para que possamos continuar a ter o nosso estilo de vida.
Extraímos, produzimos, usamos e descartamos. Este é o percurso que grande parte dos produtos sofrem ao longo do seu ciclo de vida. Tendo como base este processo, o modelo linear, desvaloriza a importância que os recursos naturais têm para todos os seres vivos e para o meio ambiente.Na altura em que ganhou força,(início da Revolução Industrial e final da 2º Guerra Mundial), permitiu que muitos países e comunidades se pudessem desenvolver, uma vez que começou a haver produção em massa e tecnologia cada vez mais desenvolvida.
Contudo, atualmente já sabemos que os nossos recursos não são ilimitados e por isso é preciso pensar na sustentabilidade não como o futuro e sim como o presente!
Neste artigo, vamos falar sobre o que é a economia circular e de que forma nos pode ajudar a alcançar uma sociedade mais sustentável e amiga do nosso planeta.
O que é a Economia Circular?
A economia circular é um modelo económico fechado e dinâmico, que tem como base a otimização do fluxo de bens, a maximização dos recursos naturais e a minimização da produção de resíduos.
Segundo a Fundação Ellen MacArthur esta pode ser definida como “uma economia que é restaurativa e regenerativa por design e que pretende manter os produtos, componentes e materiais na sua maior utilidade e valor a todo o tempo.”

Ao contrário da economia linear, o modelo circular tem como foco acabar com as falhas que existem ao longo do ciclo de vida de um produto.Para que isto aconteça, é necessário que haja uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, a erradicação de resíduos durante todo o processo e o aumento da vida útil do produto.
Infelizmente, ainda existe uma enorme despreocupação quando o tema é extração de matérias primas.O que é extremamente grave, porque numa economia onde se privilegia o descartável e existe um enorme consumo, os recursos vão-se tornando cada vez mais escassos. E esta extração desenfreada tem consequências graves, tais como, destruição do solo e da biodiversidade.
A importância da implementação da economia circular, está no facto de esta ter como base o processo produtivo da própria natureza. Processo que esta faz há milhões de anos e que é sem dúvida, um dos melhores métodos para que o nosso planeta fique novamente saudável.
“Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
– Antoine Lavoisier, químico francês
Princípios da Economia Circular
Segundo a Circular Economy Portugal, o modelo circular tem como base 3º principios:
1º Regeneração do Capital Natural:
As atividades humanas só são possíveis, devido ao capital natural que o nosso planeta nos fornece. Por isso é, extremamente importante ter em atenção todos os processos de produção que possibilitam a destruição dos nossos ecossistemas. Investir num planeta saudável é o mesmo que estarmos a investir na nossa saúde e qualidade de vida.
2º Fechar os ciclos:
Ao existir um ciclo fechado, não existe margem para o desperdício. Isto porque, no modelo circular os bens são reparados e reutilizados ao invés de serem descartados e as matérias primas têm como origem a reciclagem e não a extração de novos materiais.
Podemos ainda dividir este ciclo em dois tipos: o orgânico e o técnico. No caso do orgânico, estamos a falar na compostagem de materiais orgânicos, que depois de decompostos devolvem nutrientes ao solo.
Já em relação ao técnico, estamos a falar de ecodesign, que tem como objetivo projetar produtos com longa durabilidade e que possam voltar ao ciclo produtivo.
3º Perspectiva sistémica:
A economia é um sistema onde existem inúmeros fatores que dependem uns dos outros. E por isso a transição de uma economia linear para uma economia circular, deve ser feita de forma integrada e articulada. Mais do que promover a importância da eficiência energética, hábitos de consumo sustentáveis e medidas para diminuir o desperdício, é crucial que tenhamos sempre o foco de que tudo isto é para o bem do nosso planeta e consequentemente para a nossa saúde e bem estar.
Quais são as vantagens?
A transição para um modelo circular tem que estar sobretudo focada no desenvolvimento sustentável. Só assim, será possível que haja uma utilização eficiente dos recursos, baixo impacto carbónico e diminuição da depleção dos recursos naturais.
A economia circular é um modelo onde existe uma interdependência entre a economia e o ambiente. E por isso, são as inúmeras as vantagens, das quais podemos beneficiar quando colocamos em prática este modelo.
Como contribuir para uma economia circular?
Como consumidores temos o poder de favorecer ou dificultar a implementação da economia circular. São as nossas ações individuais e escolhas de consumo que enviam uma mensagem certa ou errada para as empresas.
É cada vez mais importante investirmos em produtos que possuam uma longa durabilidade e apostar na qualidade e não na quantidade. Evitar o desperdício e o consumo excessivo, passa muito pelas decisões diárias que tomamos.
Para além disso, podemos contribuir para que os resíduos sejam separados de forma correcta. O ideal é apostar em produtos reutilizáveis, mas caso não seja possível, devemos apostar em produtos que são capazes de sofrer o processo de reciclagem ou compostagem.
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